sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A Família Ovitz


Os Ovitz eram uma família de atores e músicos judeus que sobreviveram à prisão no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. A maioria deles eram anões. Eles eram a maior família de anões já registrados e foram a maior família (doze membros, incluindo desde um bebê de 15 meses de idade até uma mulher de 58 anos de idade) a entrar e sair vivos e intactos de Auschwitz.


A família Ovitz é originária de Maramures County, Romênia. Eles eram descendentes de Shimson Eizik Ovitz (1868-1923), um artista badchan (comediante erudito), rabino itinerante e anão. Foi pai de dez crianças no total, sete anões (afigidos com pseudoachondroplasia), fruto de dois casamentos.


Os filhos de seu primeiro casamento, com Brana Fruchter (ela era de estatura média), Rozika (1886-1984) e Franzika (1889-1980), eram ambas anãs. A segunda esposa de Shimson, Batia Bertha Husz, era de estatura média, e lhe deu os seguintes filhos: Avram (1903-1972) (anão), Freida (1905-1975) (anão), Sarah (1907-1993) (altura média), Micki (1909 -1972) (anão), Leah (1911-1987) (altura média), Elizabeth (1914-1992) (anão), Arie (1917-1944) (altura média), e Piroska (1921-2001), também conhecido como Perla (anão).


Batia deu à sua família um conselho que ficaria com eles para o resto de suas vidas, e que no final acabaria os salvando. Ela disse: "nos bons e maus momentos, nunca se separem, fiquem juntos. Protejam uns aos outros, e vivam uns para os outros". O único irmão, Arie, que não seguiu o conselho de sua mãe foi morto tentando escapar de um Campo de Trabalho húngaro, e sua esposa, sua filha recém-nascida e seus sogros foram mortos em Auschwitz.


Os filhos fundaram seu próprio conjunto, a Trupe Lilliput. Eles cantavam e tocavam músicas usando pequenos instrumentos, excursionando por toda Romênia, Hungria e Tchecoslováquia, de 1930 a 1940. Os parentes mais altos ajudavam nos bastidores. Os Ovitz cantavam em iídiche, húngaro, romeno, russo e alemão. Quando eles não estavam em turnê viviam em uma única casa com seus cônjuges.


No início da II Guerra Mundial havia 12 membros da família, sete deles anões. Quando a Hungria tomou o norte da Transilvânia, em setembro de 1940, as novas leis raciais proibiram artistas judeus de entreter os não-judeus. Embora os Ovitz fossem judeus praticantes, obtiveram documentos que omitiam o fato de que eles eram judeus, o que possibilitou suas turnês até 1944. Em 12 de maio de 1944 todos os doze membros da família foram deportados para Auschwitz. Um irmão mais alto escapou da deportação, mas mais tarde foi preso e executado.


Uma vez no acampamento, os Ovitz atrairam a atenção do médico do campo, o alemão nazista Josef Mengele (conhecido como o Anjo da Morte), que reunia curiosidades para suas próprias experiências sobre hereditariedade. Ele separou os Ovitz do resto dos reclusos para adicioná-los à sua coleção de cobaias. Ele estava curioso sobre o fato de que a família incluía tanto anões quanto membros mais altos. Onze outros prisioneiros alegaram ser seus parentes, e Mengele moveu todos eles para instalações separadas.

Josef Mengele

Querendo poupar o grupo de anões (porque eles eram mais difíceis de encontrar do que outros tipos de cobaias, como gêmeos), Mengele conseguiu que aposentos especiais fossem construídos para eles, afim que pudessem ser monitorados. Para mantê-los saudáveis ​​para suas experiências, cuidou para que eles tivessem mais condições de vida de higiene, melhor comida e as suas próprias roupas de cama. Mengele ainda permitiu-lhes manter suas próprias roupas, e obrigou os membros mais altos do grupo a levar os anões para os locais de experimentação .


Os Ovitz, como muitos outros prisioneiros do campo, foram submetidos a vários testes. Médicos de Mengele extraíram medula óssea e tiraram dentes e cabelos para encontrar sinais de doenças hereditárias. Eles jogaram água quente e fria em seus ouvidos e cegaram alguns com gotas químicas. Ginecologistas inspecionavam as mulheres casadas. O bebê de dezoito meses, Shinshon Ovitz, teve as piores provações, pois ele tinha pais mais altos e nasceu prematuro; Mengele extraiu sangue das veias atrás de suas orelhas e dos dedos. Os Ovitz também testemunharam dois anões recém-chegados sendo mortos e fervidos para que seus ossos pudessem ser expostos em um museu. Mengele também os filmou, embora esse suposto filme nunca tenha sido encontrado.


Eles esperavam se mortos quando Mengele terminasse seus experimentos, mas viveram para ver a libertação de Auschwitz em 27 de janeiro de 1945. O Exército Vermelho os levou para a União Soviética, onde viveram em um campo de refugiados por algum tempo antes de serem liberados.

Os Ovitz viajaram a pé por sete meses até chegarem em sua aldeia natal. Eles encontraram a sua casa saqueada, mudaram para a vila de Sighet e depois para a Bélgica. Em maio de 1949, imigraram para Israel, estabelecendo-se em Haifa, e começaram suas turnês novamente, sendo muito bem sucedidos e lotando grandes salas de concerto. Em 1955, aposentaram-se e compraram uma sala de cinema.

Documentário de 45 minutos sobre os Ovitz. Em espanhol.

Descendentes dos homens anões da família nasceram mais altos, mas as mulheres não engravidaram devido a suas pélvis muito pequenas. O primogênito dos anões, Rozika Ovitz, morreu em 1984, aos 98 anos de idade. O último anão sobrevivente da família, Perla Ovitz, adulto morreu em 2001.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Priscila Menucci


Nascida em 1975, Priscila Menucci causou um certo alvoroço na família: ninguém sabia lidar com seu nanismo. Sem nenhum histórico na família, mas fruto de uma mutação genética, sua condição de anã exigiu de seus pais mais do que eles foram capazes de lidar: seus pais se separaram, e aos cinco anos ela foi morar com a avó.


Antes de entrar na escola sua avó foi conversar com a diretora, para que a menina sofresse o menos possível com as brincadeiras das crianças. Mas a adaptação foi boa, e Priscila teve uma infância repleta de bagunça. As crianças eram naturalmente curiosas, mas o preconceito vinha muito mais dos pais, que apontavam pra ela e diziam pros filhos "olha só a anãzinha!".


Dêem uma olhada no vídeo a seguir, onde ela conta como foi essa fase da vida, e como começou sua carreira como atriz:


Na continuação desse programa, Priscila mostra sua casa - que não é adaptada - e fala sobre como lida com a educação do seu filho - que como ela e o marido, também tem nanismo:


O bacana de acompanhar a vida da Pri através desses vídeos é que eu a sinto muito próxima: é uma mulher ativa, urbana - mora em São Paulo, bem humorada e sem frescuras. Nesse próximo vídeos ela vai pra rua fazer coisas absolutamente cotidianas - como fazer compras e pegar ônibus. Mas é incrível como tudo é bem mais difícil pra ela. Mas vemos pela sua atitude que ela se vira, pois não dá pra simplesmente se recusar a viver (ao menos essa não é sua intenção).


Como pode ser conferido, Priscila trabalhava na área de recursos humanos de uma empresa, quando conheceu dois anões que a convidaram para participar de um evento. Em poucos meses sua agenda já estava lotada de eventos e festas para fazer. Hoje ela já completa 15 anos de carreia artística. Paralelo a essa vida de atriz ela tem uma empresa de eventos, a Pituka. Nesse próximo vídeo ela fala mais sobre sua carreira de atriz (note bem a parte em que o marido diz que fazia parte do meio artístico, mas largou tudo para ir trabalhar assim que soube que ia ser pai).



Recentemente Priscila teve seu segundo filho.

Se vc gostou da Priscila, veja sua entrevista no site Deficiente Ciente, e também no blog O Povo tá Falando por Aí. E sobretudo a ótima entrevista no site Diversidade Humana, onde ela esclarece questões sobre sexualidade e maternidade.

sábado, 7 de setembro de 2013

Peter Dinklage


“Eu não gosto das pessoas sendo cautelosas e hesitantes em escolher suas palavras cuidadosamente em volta de mim porque eu sou um anão. Há um monte de gente com uma forma muito pior do que eu. Eu tenho 1,35m e faz parte de quem eu sou, mas não é tudo. Eu acho que a palavra para me chamar é meu nome, Peter”

Dinklage nasceu em Morristown, Nova Jérsei, em 1969, filho de Diane, uma professora, e John Cark Dinklage, um vendedor de seguros aposentado. Ele cresceu em Mendham Township, Nova Jérsei. Dinklage se formou na Delbarton School de Morristown em 1987, perseguindo seu futuro na atuação, e se formando no Bennington College em 1991.


Dinklage estreou no cinema em 1999 no filme Living in Oblivion, interpretando o papel de um ator anão frustrado que reclama de seu papel. O premiado The Station Agent de 2003 foi seu primeiro grande papel em um grande filme. Ele foi indicado ao Independent Spirit Award e ao Screen Actors Guild Award para Melhor Ator. Além de aparecer em filmes, Dinklage já estrelou muitas produções de teatro.

Cena do ótimo Vivendo no Abandono (Living in Oblivion), estréia de Peter no cinema.

E aqui o trailer do ótimo O Agente da Estação, onde ele é protagonista.

Também em 2003 ele apareceu em Elf, interpretando um autor infantil que bate no personagem de Will Ferrell depois de ser insultado. Em 2005, Dinklage estrelou a série Threshold da CBS e apareceu na comédia The Baxter. Em 2006 ele apareceu no drama Find Me Guilty, de Sidney Lumet, e em alguns episódios de Nip/Tuck. Ele também já interpretou a si próprio em um episódios da série Entourage e apareceu em um de 30 Rock.





Em 2007 ele teve um papel no filme Death at a Funeral. Ele também interpretou o mesmo papel no remake americano do filme. Em 2008, ele foi escolhido pelo diretor Andrew Adamson para o papel de Trumpkin no filme The Chronicles of Narnia: Prince Caspian, apesar do crítico Bill Gibron ter descrito seu papel como um "estereótipo bonitinho que [Dinklage] estava tentando evitar".


Em 2011, Dinklage começou a interpretar Tyrion Lannister na série da HBO Game of Thrones, adaptação da série de livros de fantasia A Song of Ice and Fire escritos por George R. R. Martin. Sua interpretação foi muito elogiada pela crítica especializada, com Ken Tucker da Entertainment Weekly afirmando "...se Dinklage não ganhar um Emmy por seu esperto e rude Tyrion Lannister, eu ficarei abismado", e Mary McNamara do Los Angeles Times dizendo que "Se o homem não ganhar um Emmy, cabeças certamente vão rolar". Em 2011, Dinklage venceu o Primetime Emmy Award de Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática, como também um Golden Globe Award de Melhor Ator Coadjuvante – Série, Minissérie ou Filme para Televisão em 2012. Como resultado, Dinklage passou a ser creditado em primeiro lugar nos créditos iniciais do programa.


Dinklage é casado com Erica Schmidt, uma diretora de teatro, desde 2005. Ele possui ascendência alemã e irlandesa, além de ser um vegetariano.


Ao ser perguntado em 2003 sobre sua altura, ele disse "Quando eu era mais jovem, definitivamente, eu deixava isso me levar. Como um adolescente eu era amargo e bravo e definitivamente construí muros. Porém, quando você vai ficando mais velho, você percebe que é necessário um senso de humor. Você sabe que o problema não é seu. É deles". Seus pais tem altura normal, como também seu irmão, Jonathan.